quinta-feira, 3 de outubro de 2013

The Not Yet



            Em 1992, o professor André Mols fundou junto com os amigos Wagner Calil e Renato Marra, uma banda com o nome The Not Yet Famous Blues Band (em português, "A Ainda Não Tão Famosa Banda de Blues"), com a proposta de tocar... blues, lógico, foi a banda pioneira no estilo em Goiânia, e foi natural, poucos anos após o seu começo, se apresentar em diversas cidades, de início, boa parte da capital e do interior goiano, depois, Brasília (DF), Florianópolis (SC), São Paulo (SP) e diversas outras, culminando, em uma turnê internacional, quando a banda fez um tour pela Austrália, em 2011. 

            Em 1996 a banda conquistou a segunda colocação geral e o prêmio de melhor arranjo para a música “Tell me why” no Fest Pop – I Festival de Música Pop em Goiânia, em 2001, gravou clips que foram veiculados em cadeia nacional em alusão ao atentado de 11 de setembro de 2001. Em junho de 2003, a TNY participa como uma das atrações principais do FICA (Festival Internacional de Cinema Ambiental), evento que reuniu mais de quarenta mil pessoas. e em 2005, sobe ao palco do Grammy Latino, em Los Angeles tocando para 2000 convidados VIPs, tendo o show considerado pela organização como um dos melhores já apresentados na celebração.
           A banda já se apresentou com grandes nomes do blues nacional como Danny Vincent, Solon Fishbone, Big Allambik, Flávio Guimarães, Blues Etílicos, Caça Níqueis, Bando do Velho Jack, Big Gilson, Andy Boy, Sun Walk & Dog Brothers, Big Chico e Nuno Mindelis, do rock nacional, como Barão Vermelho e Nando Reis, e internacional, como Deep Purple. 



            A banda possui 21 anos de carreira e sua formação atual é com André Mols, guitarra e voz; Carlos Foca, contrabaixo e, na bateria, Fred Valle. Eles possuem, até o momento, oito discos gravados mais um DVD, gravado em 2011, vários videoclipes, participou já de vários festivais e tem várias legiões de fãs, mundo afora. 
           Já faz algum tempo que eles abreviaram o nome da banda, que se chama agora "The Not Yet", e suas músicas são, em sua maior parte, em inglês. Em 2007, a banda lançou um trabalho, o sétimo CD, inteiramente em português, mesclando todas as suas influências, resultando em um trabalho considerado de alto nível, mas com algumas críticas por parte dos mais conservadores.  Então, assista o clip abaixo e tire suas conclusões. mas tenha certeza, se você assistir ao show dessa banda, ao vivo, provavelmente nem se lembrará de fazer qualquer crítica.

            No ano passado, 2012, a banda lançou seu oitavo álbum de estúdio.  São 13 faixas inéditas, com foco no rock in roll anos setenta, intenso, como é a característica do grupo. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Marco Antonini

Marco Antonini, Música, Teatro, Luzes e Talento, Muito Talento

                   Sua voz é indiscutivelmente forte e bem empostada, e ele sabe empreender um ritmo bem teatral a cada uma de suas apresentações, mas Marco Antonini é mais que isso, ele pode ser bem polêmico, suas respostas podem deixar algumas pessoas bem tensas, mas vale a pena ouvir o que ele tem a dizer e foi isso que a equipe do Efervescência do Rock  de Goiás veio fazer. Acessível como poucos, Marco Antonini concedeu essa bem humorada entrevista, onde fala de sua carreira, suas idéias e, claro, de si mesmo.   






1   Efervescência: O que te levou a escolher a carreira musical?
          Quando vi os Secos e Molhados na televisão em sua despedida como banda em 1974 no Fantástico e também a Rita Lee, que tocava muito no rádio, pois naquela época os artistas recheavam as programações de TV. Desde a primeira vez que vi o Ney Matogrosso então nos Secos eu já sabia o que queria fazer da minha vida!



1   Efervescência: Como foi seu começo, e quando foi?
         Divertido, engraçado, difícil, mas muito bom, pois tive a sorte de ser o primeiro artista pop daqui, então todas as atenções eram voltadas ao meu trabalho. Passamos 3 anos em cartaz com local fixo uma vez por semana e todas as semanas lotadas e no restante viajávamos para dar continuidade. O respeito era tanto que eu fazia shows com os artistas nacionais de igual pra igual, assim, toquei com Lulu Santos, Fernanda Abreu, Paralamas, Chico Science, Skank, Jota Quest, Capital, Jorge Benjor, Barão e etc.



Efervescência: Como você define o seu estilo musical?
            Pop-rock-brega-cafajeste-eletro-eletrônico.
          Sempre tive uma relação de música, moda, áudio, vídeo. Primo muito pela qualidade dos meus shows em termos de som, figurinos, luz, cenário e etc; mas nada o qual a imagem chame mais atenção do que a música. Não sou bonito e nem sexy, sou provocativo, muito embora algumas pessoas me achem audaz e às vezes desaforado musicalmente e no comportamento, o que realmente sou, odeio essa coisa de gente meio “bovino” que obedecem as regras e seguem as leis, isso faz parte da personalidade e não do “produto comercial” o que alguns artistas são exuberantes excessivamente casando isso com sua música, eu não, isso é natural em mim e nem por isso é exagerado. Não sou Lady Gaga e Madonna, nem quero e por isso não tenho a pretensão de ter gente que se vista igual a mim ou copiam meus gestuais, tem sim pessoas que seguem a métrica e o descaramento de copiar até meu repertório, mas isso não vem ao caso, copiar a cópia da cópia é o fim da picada (risos), falta de vergonha na cara (mais risos). Ah, tem um ou outro por ai que vive na minha cola e adora “pegar” os músicos os quais descubro e dou disciplina e doutrina, mas infelizmente nem todos possuem ética profissional.

 



      Efervescência: Como você descreve sua personalidade e como ela afeta seu trabalho?
            Minha personalidade? Sou tímido, muito embora não pareça, mas sou quieto, calmo, caseiro, sem vícios. Sou trabalhador, muito exigente às vezes carrasco, mas para o bem da minha arte.
            O Marquinho de casa dos amigos é outra pessoa do Marco Antonini, não afeta em nada, pois eu sei quem é quem e quando um tem de ser o outro, portanto em nada me confundo com isso, além claro de ter os pés no chão.



    Efervescência: Como você descreve a sua relação seus fãs?
             Não tenho isso, fãs, com todo o respeito. Tenho amigos que gostam do meu trabalho, mesmo porque não sou um artista popular e nem quero. Quem gosta da minha música acaba virando um amigo meu. Sem estrelismo, sem fãs, tietes e essa coisa boba fútil.
          Agora, gosto sim e muito das pessoas que admiram e respeitam o meu trabalho e o artista, assim temos uma relação bacana que até conselhos ouço.



    Efervescência: Como é o apoio da mídia ao seu trabalho?
            Sempre foi perfeito, pois eu sempre soube fazer meu trabalho e dar qualidade a ele, além claro de saber me colocar ante a mídia e estar sempre disposto a colaborar com os mesmos. Hoje a ideia de mídia mudou bastante e, claro, precisamos nos adaptar, Mas no que tange o geral só tenho a agradecer, pois são muito gentis comigo, e prestativos.
              Tem algo que me incomoda, todos acham que quero tocar em rádio, aparecer na TV, ir ao Faustão, tocar na novela, estar entre os 10 mais. Eu não quero isso e não corro atrás disso, caso aconteça, será naturalmente pelo talento e não como objetivo. Já fiz, fui a vários programas de televisão e rádio e só vivendo isso é que descobri que não pertenço àquele mundo. Eu não sei mentir e nem fazer de conta, caso o Faustão me perguntasse algo, eu diria exatamente o que penso e o que é, não tenho paciência para artistas que vão lá e se fazem de bons ou pagam mico. Não sou burro e não gosto que ignorem minha inteligência.



    Efervescência: De que modo seu trabalho interfere na sua vida pessoal?
             Já interferiu no quesito sentimental, sempre tive relações conturbadas por as pessoas se aproximarem do “Marco Antonini”, quando na verdade elas tinham que conviver com o Marquinho. Este “deslumbre” não era meu, é de quem se aproxima de mim já com opinião formada. Quebram a cara ou fazem com que eu quebre a minha, quer queira quer não, eu ainda acredito nos sentimentos nobres do ser humano.
             Por um tempo comecei a analisar e percebi que viver sozinho é melhor, muito embora isso me tenha trago à solidão, minha companheira eterna consequente do que faço. Mas eu não faço música pra me sentir e nem pra “pegar”, faço música porque amo arte, cantar, alegrar, dançar. Vivo muito bem com minha solidão e não estou afim mais de dar “carona” a ninguém. Quer aprender a viver ou aparecer? Use seus próprios talentos ou ame de verdade.



    Efervescência: Quantos e quais foram seus trabalhos lançados?
            Oficiais são 4 Trabalhos. 1) Batuque (1996), 2) Na Hora H (2001), 2) Sinais (2004), 4)Novo De Novo (2009). Mas tenho 5 discos gravados ou que foram proibidos por gravadoras, empresários, patrocinadores porque eles faliram ou entraram em desacordo comigo devido o conteúdo gravado. Não parece, mas não sou de obedecer a ordens e nem seguir tendências de mercado, daí sempre briguei muito quando os discos estavam prontos e as gravadoras esperavam o máximo do comercial e eu entregava o oposto (riso desenfreado), sou punk de atitude (riso mais moderado), inconformado e nada acomodado de natureza. Pra receber dinheiro por um trabalho ou disco, creio que este deve ter conteúdo e não mentiras ou músicas fajutas.





      Efervescência: Quem foram os principais cantores e bandas que você conheceu durante sua carreira?
            Só não conheci os que morreram antes que comecei a cantar (gargalhadas).



    Efervescência: Você montou uma banda há alguns anos. Que conclusão você tira daquela época?
             O Choque Cultural? Ah, foi fantástico, 4 meninos pobres que mal sabiam tocar. Nos divertimos muito, mas sem comprometimento. Serviu para reforçar em mim que é este o meu trabalho e que eu tinha dom, vontade, disciplina, coragem. Foi como um preparatório juntamente com o teatro, pois fui ator do Grupo Martim Cererê por 5 anos, lá sim eu aprendi tudo de arte. Tudo assim, luz, cenários, fotografia, produção, figurinos e a disciplina de artista que é cuidar do corpo da mente, além de tudo o quanto eu souber, ainda falta muito para aprender. Tive a sorte de ter “mestres” fantásticos! Agradeço!



     Efervescência: Qual é a sua visão sobre o mercado fonográfico atual?
Não sei, eu não participo dele. Não gosto de falar do mundo onde eu não vivo.



      Efervescência: A música brasileira, principalmente na área pop, está em crise?
            Pelo que eu sei, ela nunca esteve “curada” e nunca teve identidade própria, somos todos cópias bem intencionadas de Michael Jackson, Duran Duran, The Smiths, Iron Maiden, Metallica e outros milhares (riso), consequência de um país que não valoriza a educação, saúde, cultura. Que não valoriza sua própria gente tão pouco o trabalho de cada.



      Efervescência: Que trabalhos musicais chamam mais sua atenção na atualidade?
            Nacional: Silva, Frejat, RPM, Sideral, Fernanda Abreu, Bruna Mendez, Sepultura, Cavalera Conspiracy, O Rappa, Júpiter Maçã, Claudia Vieira.
          Internacional: Vintage Trouble, Duran Duran, Justin Timberlake, Alicia Keys, Phoenix, Paloma Faith, Jamie Cullum, KLF, Pharrel William, Robbie Williams.
            Minha paixão são os clássicos, tenho pouca paciência para essa “novidade” que se acha o máximo, morro de preguiça dessa vanguarda meio bossa muito nada, “Marcelos Camelos, Mallus, Amarantes, Vanguarts”, Deus me livre disso!





      Efervescência: Qual a sua visão sobre a influência da internet sobre a sociedade e o mercado musical?
            O futuro, simples assim!


      Efervescência: Hoje em dia, é possível, financeiramente, viver da música?
            É, desde que você faça música pra vender, toque todos os dias em bares, velório, casamento e etc. (nada contra ninguém tocar onde quiser e se quiser), e se torne mais um algo que meio relacionado com a prostituição, cada um vende o que tem e compra quem quiser a que preço for.
                Artistas, talentos, estes não sobrevivem só de música não.



      Efervescência: Quais são seus planos futuros na área musical?
       Não faço planos, estou vivendo. No momento estou reativando minha vontade de escrever música. Eu só gravo quando tenho o que dizer, agora estou com vários assuntos, vamos ver se deixo a preguiça de lado e gravo (risos). A idade chega e é implacável (mais risos, naturalmente).