sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Monik e Banda Zíllios

Monik, Talento e Melancolia na Mesma Voz

       A cantora Monik começou a carreira há oito anos, lançou seu primeiro CD no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, onde apresentou um trabalho totalmente autoral, o qual a cantora acredita fazer diferença no cenário goiano, pois suas canções refletem uma critica aos desafios referentes ao cotidiano e a um questionamento assíduo ao universo existencial enveredando pelos campos literários.

        Formada em letras ela fazia poesias, o que culminou em canções próprias com influência de autores como Augusto dos Anjos, Clarisse Lispector entre outros, o resultado é um trabalho musical com forte carga melancólica e poética. 
       Monik já se apresentou em vários eventos de repercussão regional, como o festival CANTO DA PRIMAVERA, o FICA, o projeto UM GOSTO DE SOL, também participou do projeto PALCO, e entre vários outros festivais independentes, já saiu rumo à capital paulista para divulgar seus discos que foram gravados com o apoio da lei de incentivo a cultura.  


       Por volta de 2007, a cantora se dedicou a uma nova idéia, a banda Zíllios, projeto que se dedicou durante três anos, era formada por amigos, músicos com as mesmas ideologias: Leonardo Resende nas guitarras, José Carlos no baixo e Danilo Almeida na bateria.
     A banda fez vários shows, em festivais, bares e também se apresentou fora da cidade de de Goiânia. 
           Zíllios Lançou o CD intitulado Rosa Negra, o qual tinha oito faixas, todas  compostas pela cantora Monik, a cantora diz ter muito orgulho desde projeto, pois as músicas tinham uma junção de arranjos casados às letras e melodias que faziam uma excelente mistura. 
                      Mas em 2010 a vida da cantora passou por várias mudanças, uma delas seria a vinda do seu pequeno príncipe que se chama Víriom, nascido em 2011, nesse intervalo outros integrantes formaram outras bandas, entraram em outros projetos e assim a Zíllios sofreu uma grande pausa. 
          Monik afirma que dará sequência ao projeto, mas ainda está reorganizando as ideias.
               Quem quiser conhecer um pouco mais sobre ela, ela tem um programa na PUC TV, toda quinta-feira, às 23 horas, que rola em conjunto com o "Tribos do Rock", com foco em arte: dança, literatura e, naturalmente, música. E se você não tiver acesso à PUC TV, tudo bem, você também pode assistir ao seu programa no You Tube (http://www.youtube.com/user/programatribosdorock?feature=watch). Boa diversão, e vida longa à Monik.



















quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pequi Rock in Roll!

                     Atualmente, quando se fala em música goiana, virou um clichê, enjoativo para alguns, prazerosos para outros, que em Goiás, o que rola, é o sertanejo. Fato.

                    Mas a música goiana é mais do que isso, em menor escala, talvez, mas há nomes bem destacados no rock nacional, saídos daqui, porém pouco conhecidos do público geral que, ou prefere se alimentar do que é oferecido na mídia convencional, ou pouco interesse no que é nosso mesmo.





          O Rock Goiano não se limita ao que vamos falar aqui nesse blog, existem muitas vertentes por aqui, do heavy metal ao grunge, passando pelo punk rock, exemplo disso são os festivais e bandas independentes que pipocam por aqui. A produtora responsável por lançar e abrigar muitos nomes em Goiânia chama-se Monstros Discos, conduzida pela dupla Léo Bigode e Márcio Júnior, fundada em 1998 com enfoque para lançamento de discos em Vinil e que na atualidade tem impulsionada a música independente nacional e é ela também quem promove o festival Goiânia Noise, um festival de música do rock alternativo que acontece na terra do pequi, desde 1995. Esse não é o único festival de rock de goiás, lógico, apenas um exemplo, ha muitos outros, como você pode conferir no video acima, onde você verá também sobre algumas bandas que nem terão seus nomes citados nesse blog. Pelo menos não a princípio. 
            Pode-se perguntar por aí: o rock goiano está em crise? Vejamos... você já ouviu falar de bandas como Astronautas, Violins, Pata de Elefante, Senores, Rollin Chamas, Motherfish, MQN, Barfly, ou  Retrofoguetes? Se a resposta for não para pelo menos seis das nove bandas citadas acima, então, provavelmente a resposta seja sim: o rock goiano está em crise. Há muitas explicações para isso, por isso esse documentário ao final desse capítulo que fala muito sobre a dificuldade em publicar, divulgar e disponibilizar material para o grande público de Goiás, são quase cinquenta minutos que valem a pena se gastar para conhecer melhor essa história, separe tempo, recomendo. O fato é que talvez a música goiana seja muito ampla, mas o que se vê é apenas uma pequena parte, uma árvore, ao invés de toda a floresta.






                    Houve um movimento grandioso na música goiana no começo dos anos 2000, cujo objetivo era popularizar o pop rock goiano, mostrar que havia mais por aqui, chamava-se Go Rock!, Nila Branco foi uma das criadoras, outro, foi o Marco Antonini, e ele bem descreve o que aquele movimento significou em sua página numa rede social: "Houve um tempo em Goiás em que artistas "novos" e de estilos variados. Tínhamos espaço na TV (...) e assim era fácil o público reconhecer cada artista. Hoje a não ser os "grandes" quando se ouve uma música ninguém sabe quem é ou viu mais gordo ou mais magro. É triste para um "Estado Talentoso".
                  Este registo aqui é o GO RocK! Os bandeirantes do Pop-Rock de Goiás Marco Antonini (eu) e Nila Branco, sim, nós dois somos os primeiros e demos a luz à Casa Bizantina (...) Vicios da Era, Guetsu, Laia Vunge. Foi um movimento (...) que fez surgir várias bandas e artistas, com a extinção do (...) apoio de rádios que nos "adoravam enquanto erámos de utilidade a eles pra fazermos shows de graça" e depois nos ignoraram por total, muitos bandas e artistas não resistiram e ficaram pelo meio do caminho ou mudaram de estilo. 
                 Estamos vivos ainda."
                  Na época havia o programa Radar na TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo (e é um teaser desse programa que você acompanhou um pouco acima), a Rádio Interativa (na época sob a regência de Anselmo Trancoso, um grande incentivador da música pop goiana, com sua saida em 2008 a música goiana perdeu espaço de vez na rádio) e o programa Gyn Teen, ainda em atividade na TV Cultura local (porém com outros focos, atualmente), e eles foram fundamentais para a divulgação, mas quando eles se voltaram para outros rumos, pode-se dizer que o rock goiano foi se definhando a partir de então.


Música: Eu Quero Ver Flores

Interpretação: Anderson Richards (Mr.Gyn), Thiago Guerra (Atma), Dante (Guetsu), Fabiano Olinto (Casa Bizantina), André Mols (The Not Yet), Smooth (Vícios da Era), 

 Marco Antonini e Valéria Costa


                   Aqui acima temos um musical que coloca juntos os maiores representantes da música pop da época, mostrando o quanto a música goiana teve e tem bom gosto, portanto, o que falta não é qualidade, mas divulgação. O rock goiano começou a mostrar força em 1997, viveu seu auge entre 2000, 2001, e com a mídia local se voltando para a banalização da música popular, perdeu sua força e agora o rock de Goiás vive fases meio imprecisas, sobre as quais falaremos nese blog, para isso estamos aqui, então respire fundo, e vamos mergulhar nessa história tão rica, você vai descobrir porque ela vale mesmo a pena. E viva o Rock in Gyn!





quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Música Atual - Qual é o Problema?


                            "Gatinha assanhada, cê tá querendo o quê? ... Tô curtindo parado, vendo ele mexer / E tá perdendo a linha, descendo na balada / Com dedinho na boca, ela  pirada", ou "Na 4 x 4 a gente zoa / Com whisky energético, quanta mulher boa / O bagulh tá sério, / Vai rolar um adultério", ou talvez "Vai, dá tapinha na bundinha / Vai, que eu sua cachorrinha / Vai, que eu tô muito assanhada...". É extremamente difícil observar como crianças crescem ouvindo versos como esses e não se sentir constrangido ao ouví-las cantando. Ou deveria ser constrangedor, parece que não é mais. 
               Assim como uma mulher ouvir versos de músicas chamando-as de cachorrasloucas, ou taradas deveria soar ofensivo aos seus ouvidos mas, ao invés disso, elas cantam junto, gritam, dançam de acordo com o que suas coreografias pedem, vão na baladas para beber beijar na boca, porque nessas músicas é consenso que elas tem que extravasar, só pode estar sóbrio quem for dirigir o carro para levar a galera de volta para suas casas ou para algum motel nas cidades, uma pessoa sóbria dificilmente vai fazer essas loucuras, então todos cantam que vão encher a cara.
              Parece consenso também que música boa ou é aquela que repete muitos versos, porque quanto mais se repetir, mais os ouvidos se acostumam, mais são replicadas nas reunioes de família, mais se popularizam. Há aquelas músicas que não precisam se repetir tanto, em poucos segundos elas grudam em nossas mentes e, se permirtirmos, elas conduzem nossos pensamentos para onde quiserem, não se preocupe, no começo a consciencia incomoda mas logo você se acostuma, depois acham normal, depois vai aumentar o som para mais gente ouvir também. E não vamos esquecer as canções que simplesmente são divulgadas atualmente nas novelas, rádios e redes sociais, e, bem... como todo mundo ouve, precisamos ouvir também. E há até um novo nicho brotando, que são estilos musicais que até pouco tempo falavam de diferenças sociais, entender o que acontece no mundo, valorizar as pessoas e agora só falam do que as populares dizem hoje: beba, se divirta, faça sexo sem compromisso, não dê tanto valor à sua família, ouça mais músicas te levam a esse círculo vicioso...
               É interessante que, mesmo sendo estilos tão variados, a maior parte das canções falam das mesmas coisas: o  importante na vida é ter dinheiro, você andar com carros entupidos de equipamento de som, fazer o máximo de barulho o possível, sair com um grande grupo de amigos, frequentar as maiores baladas, tomar bastante cerveja, whisky, amanhecer na rua fazendo tudo o que seu corpo pedir, deixar a vida te levar porque ela é muito curta para você desperdiçá-la seguindo regras... a impressão que se tem é que a vida é uma grande festa sem ter hora para acabar e que, ainda assim, cada um dos cantores é a estrela principal de quem todo mundo tem inveja, e os invejosos não perturbam a eles porque eles tem amigos de verdade são endinheirados e superiores a essas pessoas que só querem seu mal, e eles podem ostentar dinheiro para todo mundo, a impressão que se tem é Deus os abençoa de tal forma que eles nem precisam trabalhar para estarem sempre cheios da grana.
               Virou moda os cantores esfregarem na cara das pessoas que antes da fama eles já ralaram muito na vida e por isso tem todo o direito de sair roubando todas as atenções, vivendo intensamente, como se não houvesse o amanhã, e o interessante é que eles são respeitados por seus fãs e até endeusados, que o diga seus grandes fãs clubes virtuais, seguidores em redes sociais, platéias cativas em seus shows, esses artistas são desejados sexualmente,  podem tudo no mundo e ainda por cima estão sempre declarando que confiam e acreditam em Deus, puxa, Deus deve mesmo ser um grande fã deles.
               A maioria deles brota durantes as luzes piscantes e frenéticas das grandes festas e são esquecidos nos primeiros raios da manhã, em meio ao lixo deixado pelos foliões da música hodierna, mas não importa, fizeram sua parte, divulgaram mais um pouco dessa "Filosofia Vida Loka", e outros vão substitui-los logo, e a festa vai continuar com o mesmo enredo, apenas outros personagens e com letras ainda mais ousadas e ainda mais massificadas, para que as crianças cresçam multiplicando tal filosofia e os adultos fiquem cada vez mais anestesiados e deixem rolar, porque afinal, os tempos são outros e as pessoas merecem ser cada dia mais livres.
               

domingo, 15 de setembro de 2013

Black Drawing Chalks

Black Drawing Chalks, Pulsação Alucinante de Origem Goiana



                 Eu sei, eu sei, a banda não faz um som pop rock, ainda assim, vale a pena abrir uma excessão porque, vamos falar sério, são sem dúvida a grande novidade a nível nacional que nós temos no momento e os caras merecem mesmo nosso respeito.





O nome da banda significa "carvões pretos para desenhar", a criatividade com o nome é apenas um espelho de como esses caras conseguem conduzir a própria carreira. A formação oficial do conjunto é Victor Rocha, guitarra e vocal, Edimar Filho na guitarra, Denis Dec, baixo, e Douglas Talentoso (!) na bateria.





                 A banda é goiana mas suas canções são ouvidas em inglês, o primeiro álbum da banda foi lançado em 2007, um começo arrasador, para mostrar a que veio, a banda logo era convidada a tocar em todo o país, no mesmo ano já tocavam junto com grandes nomes como Nashville Pussy, The Datsuns, MotörheadEagles Of Death Metal e Black Label Society. Em 2009 o grupo lança seu segundo álbum, conquistou três indicações ao Video Music Brazil 2009 e seu single "My Favorite Way" foi eleita pela Rolling Stone Brasil, uma das revistas mais respeitadas no mundo no quesito Rock in Roll, a melhor música brasileira do ano.





                 A banda, acredite, está apenas em seu começo, seus clips são tocados na MTV e a banda ganha fãs pelo mundo todo, com suas canções tocadas nas melhores rádios do mundo, é um padrão internacional, iniciado aqui, pelos campus da UFG em 2005, descobertos pela Monstro Discos e que, não duvide, tem muita história ainda pela frente.

Guetsu



               A palavra Guetsu não se refere a um trocadilho com a palavra "gueto", como alguns crêem, ela é de origem japonesa, uma série de trocadilhos que mais ou menos significam "Lua", o nome já retrata bem o estilo despojado da banda, que investe em poesia em suas letras. Pode-se resumir a banda em canções simples com letras bem diretas e mesmo assim, de um modo suave.






               Reunir informações sobre a banda até o momento é bastante complicado, o que se pode dizer é que a banda já encerrou suas atividades. Sua formação principal era com os vocais de Dante (considerado o dono de uma das mais belaz vozes do pop goiano) e Cris Sprung (a Cris deixou o grupo um tempo antes da banda cessar suas atividades), Front Jr. na guitarra, Frederic Praxedes nos teclados, Rodrigo Rey no contrabaixo e Rogério Paffa na bateria.
               





               Por sorte, dá para encontrar um bom material sobre eles em forma de clips e mp3, muito pouco mesmo assim, também não é difícil encontrar um link (www.guetsu.com.br) para o site da banda, mas o site já foi desativado. A banda tinha talento, mensagem e habilidade instrumental para não deixar dúvida de seu valor, mas infelizmente figura como mais um exemplo de como a falta de apoio da mídia tradicional vem matando seus maiores talentos... 



sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Valéria Costa

Valéria Costa, Uma Bela Voz na Selva Musical Goiana

                     Se você clicou no link acima antes de ler essa descrição, deve ter tomado um susto, pois é, sua carreira tem tomado novos rumos.





                     Difícil acreditar que essa menina tenha 20 anos de carreira, começou a aparecer de fato em 1999, quando a onda pop rock varreu Goiânia, gravou clips de peso inclusive com a banda Mr. Gyn, acima, participou do quadro Novos Talentos, no Faustão, já lançou três CDs e um DVD de qualidade excepcional, se firmando como uma das melhores vozes goianas. 





                     Entre os anos de 1997 e 1999, chegou a formar uma banda com alguns amigos, não alcançou tanta força, mas já dava uma boa amostra do potencial dessa menina, no ano 2000, participou do quadro "Novos Talentos" do Domingão do Faustão, o que lhe deu bastante visibilidade, em Goiás, era bem tocada nas rádios e fez participação no trabalho de diversos artistas, seu auge na carreira foi no ano de 2006, onde lançou seu DVD "Cada Movimento". 





                     Atualmente ela vive uma onde meio sertanejo universítário, o que desperta críticas dos mais radicais, como esse blog não está destinado a isso, melhor dizer que ela está procurando se adaptar aos novos tempos, mas seu passado sofrido na música goiana lhe dão até certo respaldo, por que não? O que o futuro aguarda para ela, difícil dizer, mas ela faz parte dessa história e ninguém pode tirar isso dela.

Vícios da Era

Vícios da Era, Uma História Peculiar no Rock Goiano

                A banda é (ou pelo menos era) formada por Smooth,  guitarrista, seu irmão Bruanite (ou Bruno Bonfá para os mais formais), baixista e o baterista Fred Valle fecha o círculo. O trio tem história participativa na música goiana, a banda foi formada no final dos anos 80 e de lá para cá vem caminhando sem muita pressa, já que cada um possui outros projetos paralelos.






                Smooth também é produtor musical e no dia 7 de setembro de 2013 apresentou uma homenagem à banda The Cult, o projeto One Night Stand, junto com os músicos André Mols, Thiago Ricco e Rodrigo Miranda.







                Os fãs reclamam, não sem razão, dos grandes hiatos produzidos pela banda, que demoram anos para lançar um CD, até agora, foram dois, um em 2000, outro em 2004, onde se encontra a música acima "Tudo O Que Retrata O AMor", de lá para cá, muitos projetos paralelos rolaram, é difícil no momento dizer se a banda está extinta. Muitos preferem acreditar que não. 





                Apesar de toda a dificuldade para se ter acesso a informações da banda como um todo, é consenso que o Vícios da Era é uma grande unanimidade, um referencial em música independente, e quando menos se espera, lá estão eles fazendo os olhos dos fãs brilharem e enchendo seus ouvidos com boa música.

Pedra Letícia

Pedra Letícia, Irreverência Musical Como Pouco se Vê por Aí



              Formada em 2005, em 2013 a banda completa oito anos, plena de um vigor musical invejável, figurando entre as bandas de maior sucesso no país e fazendo um sucesso indiscutível. Dona de um estilo muito bem humorado, a banda já tocou em diversos estados brasileiros, tem quase 40 milhões de acessos no You Tube e tem fãs em todo o Brasil. É formada atualmente por Fabiano Cambota no vocal, Xiquinho Mendes na guitarra, Kuky Sanchez no baixo, Thiago Sestini na percussão e Zé junqueira na bateria. 
            Esse conjunto é o xodó, por assim dizer, de Reginaldo Rossi, juntos eles fizeram uma releitura da música "Em Plena Lua de Mel", que fez grande sucesso, e que não foi o único, assim o diga grandes hits como "Teorema de Carlão", "Eu não Toco Raul", "Eu Sou Pedreiro", "Como Nossos Pais (Nos Aguentam)", "O Menino"... A banda possui também um site onde os fãs podem fazer um cadastro, compartilhar e votar para que a Pedra Letícia possa tocar em mais cidades, tudo explicado no queremos.com.br. Eles fazem da música uma grande diversão, mas essa diversão eles também tem mostrado que é coisa muito, muito séria.
               E foi assim, nesse clima que Fabiano Cambota concedeu uma entrevista a este blog, em dezembro de 2013, pouco antes do lançamento do clip "O Circo de Um Homem Só", que está na lista abaixo, e a entrevista você pode acompanhar agora, bom ouvinte da musica goiana, o prazer seja seu, pois a honra é toda nossa!






Efervescência: Pra começar, duas perguntas inevitáveis em uma só: Como vocês começaram e por que o nome Pedra Letícia?
                 Não se preocupe, vou dar um ctrl V de outras entrevistas (Risos). Brincadeira! A banda começou nos bares de Goiânia, fazendo o que toda banda faz, covers. Só que a gente se irritava em ser só uma banda tocando e as pessoas se lichando pro que a gente tocava. Daí a gente resolver incomodar tocando versões em rock n roll de músicas inesperadas. Foi assim que entrou no repertório Reginaldo Rossi, Odair José, músicas infantis. A banda tinha um formato acústico, só com percussão, mas a gente mandava a mão nos instrumentos. Era um rock raiz!
                 
Agora sobre o nome da banda tenho uma má notícia, não tem significado nenhum. A gente tirou de uma brincadeira do Didi, mas não queira encontrar um motivo, realmente não existe.

Efervescência: Como você define o estilo da banda?
                        A gente não tem estilo nenhum. A gente se denomina banda de rock, mas por pura falta de parâmetro. Até porque o rock anda chato pra cacete, cheio de regrinhas e exclusivista. O fã do rock anda insuportável. Eu sou rockeiro das antigas, então posso falar. A galera do rock começou a entrar numas de fazer do rock um som de gente inteligente, intelectualóide. Bobagem! O rock é liberdade, fazer o que quiser, do jeito que quiser. Acho que o Pedra Letícia é muito mais rock n roll do que essas bandas que pintam no underground. Porque se a gente quiser tocar bolero a gente toca. Aliás taí o exemplo do Raul que é uma fonte né. O cara tocava forró, mas era rock. 

Efervescência: Como você descreve a relação da banda com seus fãs?
                   A gente subverteu a lógica da atualidade, da sub celebridade que se acha. A gente conversa com todo mundo, atende todos que queiram entrar no camarim depois do show, responde pelas redes sociais e temos vários fãs que se tornaram amigos. Acontece que depois do twitter e do facebook, a realidade do artista mudou, e piorou pra quem não tá pronto pra isso. Muito artista fuleiro tá se achando. Só que esqueceram que a gente faz arte como forma de comunicação, e essa comunicação só existe se existir alguém pra nos escutar. Resumindo, o importante é o público, não eu! O público tem mil artistas pra curtir, não faõ falta na vida de ninguém, mas sem público eu nem artista sou, sou só um cara que toca violão no quarto. Sem ninguém pra ir ao show, deixo de existir como artista. E aí, quem é importante?


Efervescência: Já é bem conhecida a passagem do Pedra Letícia pelo Domingão do Faustão, como isso repercutiu no depois?
                         Não somos uma banda de massa, de mídia, nunca pagamos um jabá. Fomos a todos os programas de TV convidados. Nosso convite pra ir ao Domingão do Faustão partiu dele em pessoa. Havíamos ganhado a garagem do Faustão, mas isso não dava direito de tocar ao vivo. Nos disseram pra preparar duas músicas... mas acabamos tocando seis. Porque o Faustão pediu. Uma honra, cara. Claro que depois disso as coisas mudam, são milhões de pessoas assistindo. E a gente subiu um degrau. Agradeço muito a ele, mas não é como nos filmes. A vida não muda, a gente continua ralando pra levar o som da banda pras pessoas se divertirem.

Efervescência: Como é relação dos integrantes dentro da banda e fora dela?
                   É um casamento. E tal qual um casamento, não há sexo, que fique bem claro isso! Somos todos bobos até a medula, nos divertimos com nada. Cada viagem pra show parece uma excursão pra Disney. A gente se diverte demais, e acho que isso fica claro quando subimos ao palco. Aproveitamos o privilégio de viver de música. Somos amigos, e mesmo com os integrantes que por algum motivo tiveram que sair, mantemos uma relação muito bacana. Conviver não é fácil, mas a gente tira o máximo proveito dessa relação.




Efervescência: Quais são as maiores influencias de vocês?
                          Difícil dizer. Cada um vem com uma diferente, e misturamos tudo isso. Eu adoro músicas antigas, da Era do Rádio, outros são mais ligados a rock pesado, outros hard rock, o Xiquinho ama Beatles. Não há preconteito na banda. Todos ouvimos e acatamos a relação e influência de cada um.

Efervescência: Que trabalhos musicais chamam mais sua atenção na atualidade?
              Eu gosto de tudo que é simples e bem feito. E atualmente as coisas andam meio pretenciosas demais. Muito rock cheio de querer ser cabeça, mas com um discurso fraquinho que dói. Eu procuro ouvir de tudo e claro que às vezes aparece coisa muito legal. Ultimamente tenho apreciado mais o pop do que o rock moderno. Justin Timberlake me parecia bobo até ver o show do cara. É f...a! Maroon 5 também. Acabo me deixando levar mais pelo que o cara faz ao vivo. Não acredito mais em estúdio. No estúdio até o Naldo funciona. E curto trabalhos regionais, bandam menores que mal aparecem, mas que tem trabalho genuíno. A internet nos permite descobrir coisas muito legais.

Efervescência:  Qual a sua visão, e até mesmo a visão da banda, sobre a influencia da internet sobre a sociedade e o mercado musical?
                   A internet bagunçou tudo, pro bem. Permitiu que bandas como a nossa aparecessem sem precisar necessariamente de rádio. E ao mesmo tempo aproximou todo mundo. A democracia internética permite a facilidade de se encontrar um novo som. E fez a concorrência subir. Se por um lado isso aumentaria a qualidade por cada banda se ver na necessidade de fazer algo melhor, por outro lado tornou tudo muito efêmero. O viral de hoje é esquecido semana que vem.

Efervescência: Algumas pessoas costumam comparar vocês a outras bandas que possuem ou possuíam o humor como marca registrada, como o Pedra Letícia reage a isso?
                   Encaramos com humor também. Não deixa de ser uma honra ser comparado a bandas legais de humor. Mamonas, Ultraje, Premê. Mas sabemos que fazemos algo sem muito parâmetro. A gente não se encaixa num estilo. E comparar é natural do ser humano. Aproximar aquilo que se escuta a algo que já se ouviu antes.

1.   Efervescência: O que vocês acham que falta acontecer ou o que mais você espera para o futuro da banda?
                   Sinceramente a gente vive cada dia. A gente curte cada momento e trabalha pelo próximo, só isso. Esperar demais é pedir pra se frustrar. Se um dia a banda for mega conhecida, ótimo. Se esse dia não chegar, ótimo também. A gente faz o trabalho pra que seja visto, mas não vamos mudar nada só pra agradar. A gente faz o que der na telha e o que nos der prazer e orgulho. Algumas músicas nem terão comédia, mas terão a nossa cara. E cada show é um momento único. Quem já foi a um show nosso, sabe que aquilo é o ápice das nossas vidas. Pode ter 15 pessoas, ou 15 mil. Nenhum show pode ser só bom, tem que ser o melhor momento das nossas vidas e – pretenciosamente- o melhor show que cada um que estiver ali já tenha ido.





     Efervescência:  Quanto a você, Fabiano Cambota, o que mais te faz falta em Goiás?
                     Pamonha, porque família a gente fala pelo telefone! (Risadas). Brincadeira! Sinto falta dos amigos, da família, dos sobrinhos em especial. Sinto falta do sol também, que é raro em São Paulo. O céu azul é algo que eu nunca tinha me tocado que sentiria falta. Mas o céu de Goiânia é o mais lindo. E inspirador, alegre!

      Efervescência:  Como você entrou no Stand-Up Comedy e como tem sido o Circo de Um Homem Só?
                         Entrei a convite do Rogério Morgado que é um grande humorista e assistia nossos shows em SP. Tive a sorte de começar antes do "boom" desse estilo. Então pude errar muito até encontrar meu jeito de fazer. Hoje a concorrência é braba, quem tá começando tem dificuldades em se encontrar. Depois de 4 anos fazendo comédia, escrevi meu primeiro show solo que é o Circo de um Homem Só. E estou muito feliz com o resultado. É uma onda muito diferente da banda, mas que se completam. Subir sozinho no palco era impensável antes pra mim. Mas ver como as pessoas estão reagindo ao show está me deixando orgulhoso. As apresentações que fiz até agora estão tendo uma resposta espetacular. E ter a chance de apresentar esse show das melhores casas de comédia do país é uma honra. To bem satisfeito mesmo. Me achando mesmo!

      Efervescência:  Você tem outros projetos paralelos ou planeja algo diferente?
                     Além da banda e da comédia, ainda tenho o DVD Falando Sério e o show com mesmo nome, que faço em parceria com o Fabio Pessoa, que era guitarrista da banda. Projeto que começou como pura satisfação pessoal, mas que tem começado a andar sozinho. Ainda escrevo crônicas e quero compilá-las num livro a ser lançado em 2014. Tem ainda um projeto muito bacana com o Rafael Cortez, que lançaremos em breve. E to fazendo testes pra cinema com a ajuda do Robson Nunes. E ainda serei campeão brasileiro de PES2014. Na fé!

       Efervescência:  Fora dos palcos, na vida pessoal, vocêcarrega essa mesma irreverência?
                      Eu sou alegre, mas nada a ver com o palco. Acho que as pessoas se frustram quando me conhecem mesmo. Porque sou sem graça, sou fechado, meio tímido até. Já fui mais, me soltei com o tempo, mas não sou um cara que chega se enturmando em qualquer lugar. E odeio Zé Graça. Aqueles caras que fazem piada com tudo a toda hora. Acho chato demais. Quem faz piada toda hora não é humorista, é idiota!

     Efervescência:  Como você acha que a mídia tradicional vem tratando a música pop (rock, reggae, rap, blues...)? Dá pra dizer que o rock nacional está em crise?
                 A mídia é carrasca e vítima ao mesmo tempo. Está refém de meia dúzia de investidores que colocam seus artistas no topo. Mas ao mesmo tempo está muito conveniente pra ela, porque o dinheiro está entrando a rodo. Mas sempre vai haver uma resistência, e nela que apostamos. É um assunto pra uma discussão longa, mas o público não escuta o que quer. Escuta o que está sendo pago. E não achem que estou aqui bradando contra a Globo, ou contra a Jovem Pan. O buraco é mais embaixo. Nem toda a culpa do mundo pode recair sobre a Globo ou a maçonaria (Risos). Lembrem-se que o Faustão nos colocou 20 minutos no ar. Por livre vontade dele. Enquanto programas de TV muito menores quiseram nos cobrar jabá. A coisa é mais complicada do que parece. E se o rock está mal, a culpa também é do rock. Muita desorganização, poucos trabalhos originalmente bons. Acho que a crise do rock não se resume a quem o faz, quem escuta também tá nessa.
  



      Efervescência:  Quem são suas as referencias artísticas no estado de Goiás e por quê?
                       Por incrível que pareça gosto do Goiás genuíno. Não desse que tentam pintar desde a década de 90. Não somos um bando de machistas beberrões que esse sertanejo ostentação prega. Nasci e fui criado numa metrópole de mais de um milhão de habitantes. Cresci ouvindo Chitãozinho e Xororó, mas ouvia muito Rolling Stones também. Aproveito o que Goiás me ofereceu como mais puro. E descarto essa baboseira de dizer que somos ignorantes cheiradores de cabelo na balada. Sou fã de Tião Carreiro, ouço muito. Geraldinho e seus causos. Sou fã das pequenas coisas que aprendi depois serem tão nossas. Bolo de aniversário em pedaço revestido no papel alumínio. Só aí que vi isso. Esse apego familiar, a capacidade genuinamente goiana de receber tão bem quem vem de fora. Uma ingenuidade sadia em relação a maldade. Pequenas coisas mesmo. Mas não é porque sou goiano que sou obrigado a curtir pequi. Odeio! Leva esse odorizador de quarteirão pra lá. E traga pamonha. Grato!



Henrique Oliveira


               Ele já fez faculdade de Marketing, três períodos, depois tentou Publicidade, por cinco, enfim se encontrou como jornalista, estudou, se formou mas trabalha no meio alternativo, embora leve a sério sua profissão, fica claro que seu forte mesmo é a música.
                São mais de 25 anos de estrada, começando, como a maioria dos que iniciam nessa vida, tocando em barzinhos, voz e violão, chegou até a montar uma banda em 1989, mas o projeto mal durou um ano. Veio crescendo e ganhando destaque, inclusive, como intérprete de grandes nomes da música brasileira como Legião Urbana, João Bosco, Uns e Outros, Lulu Santos, Cazuza entre outros mais, sua voz grave e ao mesmo tempo suave pode ser ouvida regularmente por aí, em barzinhos, teatros, palcos de grandes shows com apoio da mídia goiana, inclusive, não é raro encontrá-o em páginas de jornais ou tapes de televisão.
                Bem, agora, ciente diso, você acompanha a entrevista exclusiva que esse grande artista goiano concedeu para o blog Efervescência, onde ele fala de si, sua carreira e, principalmente, seus planos.



 


Efervescência:      Quando e como você concluiu que queria ser um cantor profissional?
            Foi na Adolescência a decisão. Mas a certeza veio por volta dos vinte e poucos anos, quando comecei a pensar no primeiro disco.

Efervescência:       Quantos e quais foram seus trabalhos lançados?
            1. Sinal dos Tempos 1998 Produzido e Gravado por Ricardo Leão, no Estúdio Fibra, no Rio de Janeiro-RJ 
            2. Nas Nuvens 2001 Produzido por Marconi Henrique, no Midistúdio, em Goiânia-GO 
            3. O Primeiro dos Melhores Dias de Nossas Vidas – 205 Produzido por Fausto Noleto, no estúdio Pop, em Goiânia-GO 
            4. CD e DVD Henrique de Oliveira Ao Vivo 1998-2010. Produzido por Front Jr, gravado ao vivo no Teatro Pyguá, do Centro Cultural Martim Cererê, em 2010. 
            5. Acabo de gravar o DVD Henrique de Oliveira ao vivo, acústico, com 11 músicas inéditas. Produzido por Henrique reis e Gravado ao vivo, com banda, no Estúdio Barra Veiga Jardim, em Goiânia-GO.

Efervescência:      Você faz muitos tributos a outros grandes nomes da música brasileira, como você enxerga a influencia deles?
            Total, minha música é feita de minhas experiências. Assim, elas têm minhas histórias e surgem sempre com componentes daquilo que ouço. Mesmo aqueles dos quais não produzi shows de interpretação como: Boca Livre; Sá, Rodrix e Guarabira; Vinícius de Moraes; Lenine; Paulino Moska; e ainda os companheiros daqui, como: Nilton Rabello; a musicalidade de todos inspira a minha. 

Efervescência:      Como você define seu momento atual da música goiana?
            Muito bom. Muito trabalho. Intimamente, tenho produzido bastante, compondo, fazendo projetos que deverão ser postos em prática no futuro. Estou feliz, isso é o que faz a vida valer!


 


Efervescência:       Qual é a sua visão sobre o mercado fonográfico atual e o apoio da mídia ao trabalho de músicos que estão fora do mercado sertanejo?
            O mercado está péssimo. Fala qualidade, conteúdo, falta comprometimento social por parte de quem produz e de quem faz a música. Mas, se não comprassem, ninguém produziria o que se vê por aí. Portanto, há boa parcela de culpa dos pais no que os jovens ouvem hoje. 
            Em minha casa não entra nada que não seja de conteúdo respeitoso, não estou falando de estilo, mas de conteúdo, de moral, de respeito ao próximo. Faltou isso, explico para minhas filhas, que ainda não têm condições de julgar por si, e dou sumiço na “coisa”.

Efervescência:      Quando você olha para trás, qual o balanço que você faz da sua carreira até aqui?             Muito boa! Muitas oportunidades, muitos amigos, muitos projetos, muitas experiências de vida. Extremamente positiva!

Efervescência:      Como é o Henrique de Oliveira fora dos palcos?
            Um cara normal. Sou pai, marido, jornalista na Embrapa, ranzinza com as discussões do óbvio, não bebo, não fumo, tenho religiosidade (sou espírita e trabalhador no Grupo Espírita “Deus, Cristo e Caridade”), pratico esporte. Um cara normal, cheio de defeitos como a média, mas um buscador do ajuste íntimo.

Efervescência:      Que trabalhos musicais chamam mais sua atenção na atualidade?
            Gosto da Céu, sou fã do Nilton Rabello, gosto das composições do Beto Cupertino, do Violins, gosto de Lenine. Há muita coisa boa. Acho que a música é rica, o problema está no que o povo compra, no que se produz e no que a mídia divulga.

Efervescência:      Com o advento desses novos tempos, ainda é possível viver só da música?
            Sim, mas para poucos, pois o mercado não tem espaço para tantos. Mas eu vivo de música, apesar de ter profissão paralela, a música me dá boa grana. Mas, o mais importante, é que viver de música, como interpreto essa expressão hoje, é alimentar a alma com a música. Nesse quesito, eu sempre vivi e sempre viverei de música. 

Efervescência:      Quais as principais diferenças entre o Henrique de Oliveira músico e o Henrique de Oliveira cantor?
            Nenhuma, eu sou o mesmo em tudo que faço e sou. Gosto de interpretar e de cantar com a mesma intensidade. Sou autodidata, nunca estudei nada de música. Aprendi os primeiros acordes quando tocava trompete, na banda do Colégio Lyceu de Goiânia, onde também o coração foi pego pelo violão e pelo “cantar”. Ali, contemporâneo de Nila Branco e Marco Antonini, além de parcerias com Fausto Noleto, fui desenvolvendo o talento e deu no que deu. Não me considero um grande músico ou artista, mas o que eu sou é verdadeiro, nunca mudei. O que faço é a minha verdade.





 Efervescência:      Quais são seus planos futuros na área musical?
            Encarar o que vier, desde que seja positivo. Não penso nunca em parar. Portanto, meus planos são: seguir em frente e trabalhar, para ver no que dá. Foi assim, com trabalho que conquistei o que tenho, assim será sempre.