quinta-feira, 3 de outubro de 2013

The Not Yet



            Em 1992, o professor André Mols fundou junto com os amigos Wagner Calil e Renato Marra, uma banda com o nome The Not Yet Famous Blues Band (em português, "A Ainda Não Tão Famosa Banda de Blues"), com a proposta de tocar... blues, lógico, foi a banda pioneira no estilo em Goiânia, e foi natural, poucos anos após o seu começo, se apresentar em diversas cidades, de início, boa parte da capital e do interior goiano, depois, Brasília (DF), Florianópolis (SC), São Paulo (SP) e diversas outras, culminando, em uma turnê internacional, quando a banda fez um tour pela Austrália, em 2011. 

            Em 1996 a banda conquistou a segunda colocação geral e o prêmio de melhor arranjo para a música “Tell me why” no Fest Pop – I Festival de Música Pop em Goiânia, em 2001, gravou clips que foram veiculados em cadeia nacional em alusão ao atentado de 11 de setembro de 2001. Em junho de 2003, a TNY participa como uma das atrações principais do FICA (Festival Internacional de Cinema Ambiental), evento que reuniu mais de quarenta mil pessoas. e em 2005, sobe ao palco do Grammy Latino, em Los Angeles tocando para 2000 convidados VIPs, tendo o show considerado pela organização como um dos melhores já apresentados na celebração.
           A banda já se apresentou com grandes nomes do blues nacional como Danny Vincent, Solon Fishbone, Big Allambik, Flávio Guimarães, Blues Etílicos, Caça Níqueis, Bando do Velho Jack, Big Gilson, Andy Boy, Sun Walk & Dog Brothers, Big Chico e Nuno Mindelis, do rock nacional, como Barão Vermelho e Nando Reis, e internacional, como Deep Purple. 



            A banda possui 21 anos de carreira e sua formação atual é com André Mols, guitarra e voz; Carlos Foca, contrabaixo e, na bateria, Fred Valle. Eles possuem, até o momento, oito discos gravados mais um DVD, gravado em 2011, vários videoclipes, participou já de vários festivais e tem várias legiões de fãs, mundo afora. 
           Já faz algum tempo que eles abreviaram o nome da banda, que se chama agora "The Not Yet", e suas músicas são, em sua maior parte, em inglês. Em 2007, a banda lançou um trabalho, o sétimo CD, inteiramente em português, mesclando todas as suas influências, resultando em um trabalho considerado de alto nível, mas com algumas críticas por parte dos mais conservadores.  Então, assista o clip abaixo e tire suas conclusões. mas tenha certeza, se você assistir ao show dessa banda, ao vivo, provavelmente nem se lembrará de fazer qualquer crítica.

            No ano passado, 2012, a banda lançou seu oitavo álbum de estúdio.  São 13 faixas inéditas, com foco no rock in roll anos setenta, intenso, como é a característica do grupo. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Marco Antonini

Marco Antonini, Música, Teatro, Luzes e Talento, Muito Talento

                   Sua voz é indiscutivelmente forte e bem empostada, e ele sabe empreender um ritmo bem teatral a cada uma de suas apresentações, mas Marco Antonini é mais que isso, ele pode ser bem polêmico, suas respostas podem deixar algumas pessoas bem tensas, mas vale a pena ouvir o que ele tem a dizer e foi isso que a equipe do Efervescência do Rock  de Goiás veio fazer. Acessível como poucos, Marco Antonini concedeu essa bem humorada entrevista, onde fala de sua carreira, suas idéias e, claro, de si mesmo.   






1   Efervescência: O que te levou a escolher a carreira musical?
          Quando vi os Secos e Molhados na televisão em sua despedida como banda em 1974 no Fantástico e também a Rita Lee, que tocava muito no rádio, pois naquela época os artistas recheavam as programações de TV. Desde a primeira vez que vi o Ney Matogrosso então nos Secos eu já sabia o que queria fazer da minha vida!



1   Efervescência: Como foi seu começo, e quando foi?
         Divertido, engraçado, difícil, mas muito bom, pois tive a sorte de ser o primeiro artista pop daqui, então todas as atenções eram voltadas ao meu trabalho. Passamos 3 anos em cartaz com local fixo uma vez por semana e todas as semanas lotadas e no restante viajávamos para dar continuidade. O respeito era tanto que eu fazia shows com os artistas nacionais de igual pra igual, assim, toquei com Lulu Santos, Fernanda Abreu, Paralamas, Chico Science, Skank, Jota Quest, Capital, Jorge Benjor, Barão e etc.



Efervescência: Como você define o seu estilo musical?
            Pop-rock-brega-cafajeste-eletro-eletrônico.
          Sempre tive uma relação de música, moda, áudio, vídeo. Primo muito pela qualidade dos meus shows em termos de som, figurinos, luz, cenário e etc; mas nada o qual a imagem chame mais atenção do que a música. Não sou bonito e nem sexy, sou provocativo, muito embora algumas pessoas me achem audaz e às vezes desaforado musicalmente e no comportamento, o que realmente sou, odeio essa coisa de gente meio “bovino” que obedecem as regras e seguem as leis, isso faz parte da personalidade e não do “produto comercial” o que alguns artistas são exuberantes excessivamente casando isso com sua música, eu não, isso é natural em mim e nem por isso é exagerado. Não sou Lady Gaga e Madonna, nem quero e por isso não tenho a pretensão de ter gente que se vista igual a mim ou copiam meus gestuais, tem sim pessoas que seguem a métrica e o descaramento de copiar até meu repertório, mas isso não vem ao caso, copiar a cópia da cópia é o fim da picada (risos), falta de vergonha na cara (mais risos). Ah, tem um ou outro por ai que vive na minha cola e adora “pegar” os músicos os quais descubro e dou disciplina e doutrina, mas infelizmente nem todos possuem ética profissional.

 



      Efervescência: Como você descreve sua personalidade e como ela afeta seu trabalho?
            Minha personalidade? Sou tímido, muito embora não pareça, mas sou quieto, calmo, caseiro, sem vícios. Sou trabalhador, muito exigente às vezes carrasco, mas para o bem da minha arte.
            O Marquinho de casa dos amigos é outra pessoa do Marco Antonini, não afeta em nada, pois eu sei quem é quem e quando um tem de ser o outro, portanto em nada me confundo com isso, além claro de ter os pés no chão.



    Efervescência: Como você descreve a sua relação seus fãs?
             Não tenho isso, fãs, com todo o respeito. Tenho amigos que gostam do meu trabalho, mesmo porque não sou um artista popular e nem quero. Quem gosta da minha música acaba virando um amigo meu. Sem estrelismo, sem fãs, tietes e essa coisa boba fútil.
          Agora, gosto sim e muito das pessoas que admiram e respeitam o meu trabalho e o artista, assim temos uma relação bacana que até conselhos ouço.



    Efervescência: Como é o apoio da mídia ao seu trabalho?
            Sempre foi perfeito, pois eu sempre soube fazer meu trabalho e dar qualidade a ele, além claro de saber me colocar ante a mídia e estar sempre disposto a colaborar com os mesmos. Hoje a ideia de mídia mudou bastante e, claro, precisamos nos adaptar, Mas no que tange o geral só tenho a agradecer, pois são muito gentis comigo, e prestativos.
              Tem algo que me incomoda, todos acham que quero tocar em rádio, aparecer na TV, ir ao Faustão, tocar na novela, estar entre os 10 mais. Eu não quero isso e não corro atrás disso, caso aconteça, será naturalmente pelo talento e não como objetivo. Já fiz, fui a vários programas de televisão e rádio e só vivendo isso é que descobri que não pertenço àquele mundo. Eu não sei mentir e nem fazer de conta, caso o Faustão me perguntasse algo, eu diria exatamente o que penso e o que é, não tenho paciência para artistas que vão lá e se fazem de bons ou pagam mico. Não sou burro e não gosto que ignorem minha inteligência.



    Efervescência: De que modo seu trabalho interfere na sua vida pessoal?
             Já interferiu no quesito sentimental, sempre tive relações conturbadas por as pessoas se aproximarem do “Marco Antonini”, quando na verdade elas tinham que conviver com o Marquinho. Este “deslumbre” não era meu, é de quem se aproxima de mim já com opinião formada. Quebram a cara ou fazem com que eu quebre a minha, quer queira quer não, eu ainda acredito nos sentimentos nobres do ser humano.
             Por um tempo comecei a analisar e percebi que viver sozinho é melhor, muito embora isso me tenha trago à solidão, minha companheira eterna consequente do que faço. Mas eu não faço música pra me sentir e nem pra “pegar”, faço música porque amo arte, cantar, alegrar, dançar. Vivo muito bem com minha solidão e não estou afim mais de dar “carona” a ninguém. Quer aprender a viver ou aparecer? Use seus próprios talentos ou ame de verdade.



    Efervescência: Quantos e quais foram seus trabalhos lançados?
            Oficiais são 4 Trabalhos. 1) Batuque (1996), 2) Na Hora H (2001), 2) Sinais (2004), 4)Novo De Novo (2009). Mas tenho 5 discos gravados ou que foram proibidos por gravadoras, empresários, patrocinadores porque eles faliram ou entraram em desacordo comigo devido o conteúdo gravado. Não parece, mas não sou de obedecer a ordens e nem seguir tendências de mercado, daí sempre briguei muito quando os discos estavam prontos e as gravadoras esperavam o máximo do comercial e eu entregava o oposto (riso desenfreado), sou punk de atitude (riso mais moderado), inconformado e nada acomodado de natureza. Pra receber dinheiro por um trabalho ou disco, creio que este deve ter conteúdo e não mentiras ou músicas fajutas.





      Efervescência: Quem foram os principais cantores e bandas que você conheceu durante sua carreira?
            Só não conheci os que morreram antes que comecei a cantar (gargalhadas).



    Efervescência: Você montou uma banda há alguns anos. Que conclusão você tira daquela época?
             O Choque Cultural? Ah, foi fantástico, 4 meninos pobres que mal sabiam tocar. Nos divertimos muito, mas sem comprometimento. Serviu para reforçar em mim que é este o meu trabalho e que eu tinha dom, vontade, disciplina, coragem. Foi como um preparatório juntamente com o teatro, pois fui ator do Grupo Martim Cererê por 5 anos, lá sim eu aprendi tudo de arte. Tudo assim, luz, cenários, fotografia, produção, figurinos e a disciplina de artista que é cuidar do corpo da mente, além de tudo o quanto eu souber, ainda falta muito para aprender. Tive a sorte de ter “mestres” fantásticos! Agradeço!



     Efervescência: Qual é a sua visão sobre o mercado fonográfico atual?
Não sei, eu não participo dele. Não gosto de falar do mundo onde eu não vivo.



      Efervescência: A música brasileira, principalmente na área pop, está em crise?
            Pelo que eu sei, ela nunca esteve “curada” e nunca teve identidade própria, somos todos cópias bem intencionadas de Michael Jackson, Duran Duran, The Smiths, Iron Maiden, Metallica e outros milhares (riso), consequência de um país que não valoriza a educação, saúde, cultura. Que não valoriza sua própria gente tão pouco o trabalho de cada.



      Efervescência: Que trabalhos musicais chamam mais sua atenção na atualidade?
            Nacional: Silva, Frejat, RPM, Sideral, Fernanda Abreu, Bruna Mendez, Sepultura, Cavalera Conspiracy, O Rappa, Júpiter Maçã, Claudia Vieira.
          Internacional: Vintage Trouble, Duran Duran, Justin Timberlake, Alicia Keys, Phoenix, Paloma Faith, Jamie Cullum, KLF, Pharrel William, Robbie Williams.
            Minha paixão são os clássicos, tenho pouca paciência para essa “novidade” que se acha o máximo, morro de preguiça dessa vanguarda meio bossa muito nada, “Marcelos Camelos, Mallus, Amarantes, Vanguarts”, Deus me livre disso!





      Efervescência: Qual a sua visão sobre a influência da internet sobre a sociedade e o mercado musical?
            O futuro, simples assim!


      Efervescência: Hoje em dia, é possível, financeiramente, viver da música?
            É, desde que você faça música pra vender, toque todos os dias em bares, velório, casamento e etc. (nada contra ninguém tocar onde quiser e se quiser), e se torne mais um algo que meio relacionado com a prostituição, cada um vende o que tem e compra quem quiser a que preço for.
                Artistas, talentos, estes não sobrevivem só de música não.



      Efervescência: Quais são seus planos futuros na área musical?
       Não faço planos, estou vivendo. No momento estou reativando minha vontade de escrever música. Eu só gravo quando tenho o que dizer, agora estou com vários assuntos, vamos ver se deixo a preguiça de lado e gravo (risos). A idade chega e é implacável (mais risos, naturalmente). 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Monik e Banda Zíllios

Monik, Talento e Melancolia na Mesma Voz

       A cantora Monik começou a carreira há oito anos, lançou seu primeiro CD no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, onde apresentou um trabalho totalmente autoral, o qual a cantora acredita fazer diferença no cenário goiano, pois suas canções refletem uma critica aos desafios referentes ao cotidiano e a um questionamento assíduo ao universo existencial enveredando pelos campos literários.

        Formada em letras ela fazia poesias, o que culminou em canções próprias com influência de autores como Augusto dos Anjos, Clarisse Lispector entre outros, o resultado é um trabalho musical com forte carga melancólica e poética. 
       Monik já se apresentou em vários eventos de repercussão regional, como o festival CANTO DA PRIMAVERA, o FICA, o projeto UM GOSTO DE SOL, também participou do projeto PALCO, e entre vários outros festivais independentes, já saiu rumo à capital paulista para divulgar seus discos que foram gravados com o apoio da lei de incentivo a cultura.  


       Por volta de 2007, a cantora se dedicou a uma nova idéia, a banda Zíllios, projeto que se dedicou durante três anos, era formada por amigos, músicos com as mesmas ideologias: Leonardo Resende nas guitarras, José Carlos no baixo e Danilo Almeida na bateria.
     A banda fez vários shows, em festivais, bares e também se apresentou fora da cidade de de Goiânia. 
           Zíllios Lançou o CD intitulado Rosa Negra, o qual tinha oito faixas, todas  compostas pela cantora Monik, a cantora diz ter muito orgulho desde projeto, pois as músicas tinham uma junção de arranjos casados às letras e melodias que faziam uma excelente mistura. 
                      Mas em 2010 a vida da cantora passou por várias mudanças, uma delas seria a vinda do seu pequeno príncipe que se chama Víriom, nascido em 2011, nesse intervalo outros integrantes formaram outras bandas, entraram em outros projetos e assim a Zíllios sofreu uma grande pausa. 
          Monik afirma que dará sequência ao projeto, mas ainda está reorganizando as ideias.
               Quem quiser conhecer um pouco mais sobre ela, ela tem um programa na PUC TV, toda quinta-feira, às 23 horas, que rola em conjunto com o "Tribos do Rock", com foco em arte: dança, literatura e, naturalmente, música. E se você não tiver acesso à PUC TV, tudo bem, você também pode assistir ao seu programa no You Tube (http://www.youtube.com/user/programatribosdorock?feature=watch). Boa diversão, e vida longa à Monik.



















quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pequi Rock in Roll!

                     Atualmente, quando se fala em música goiana, virou um clichê, enjoativo para alguns, prazerosos para outros, que em Goiás, o que rola, é o sertanejo. Fato.

                    Mas a música goiana é mais do que isso, em menor escala, talvez, mas há nomes bem destacados no rock nacional, saídos daqui, porém pouco conhecidos do público geral que, ou prefere se alimentar do que é oferecido na mídia convencional, ou pouco interesse no que é nosso mesmo.





          O Rock Goiano não se limita ao que vamos falar aqui nesse blog, existem muitas vertentes por aqui, do heavy metal ao grunge, passando pelo punk rock, exemplo disso são os festivais e bandas independentes que pipocam por aqui. A produtora responsável por lançar e abrigar muitos nomes em Goiânia chama-se Monstros Discos, conduzida pela dupla Léo Bigode e Márcio Júnior, fundada em 1998 com enfoque para lançamento de discos em Vinil e que na atualidade tem impulsionada a música independente nacional e é ela também quem promove o festival Goiânia Noise, um festival de música do rock alternativo que acontece na terra do pequi, desde 1995. Esse não é o único festival de rock de goiás, lógico, apenas um exemplo, ha muitos outros, como você pode conferir no video acima, onde você verá também sobre algumas bandas que nem terão seus nomes citados nesse blog. Pelo menos não a princípio. 
            Pode-se perguntar por aí: o rock goiano está em crise? Vejamos... você já ouviu falar de bandas como Astronautas, Violins, Pata de Elefante, Senores, Rollin Chamas, Motherfish, MQN, Barfly, ou  Retrofoguetes? Se a resposta for não para pelo menos seis das nove bandas citadas acima, então, provavelmente a resposta seja sim: o rock goiano está em crise. Há muitas explicações para isso, por isso esse documentário ao final desse capítulo que fala muito sobre a dificuldade em publicar, divulgar e disponibilizar material para o grande público de Goiás, são quase cinquenta minutos que valem a pena se gastar para conhecer melhor essa história, separe tempo, recomendo. O fato é que talvez a música goiana seja muito ampla, mas o que se vê é apenas uma pequena parte, uma árvore, ao invés de toda a floresta.






                    Houve um movimento grandioso na música goiana no começo dos anos 2000, cujo objetivo era popularizar o pop rock goiano, mostrar que havia mais por aqui, chamava-se Go Rock!, Nila Branco foi uma das criadoras, outro, foi o Marco Antonini, e ele bem descreve o que aquele movimento significou em sua página numa rede social: "Houve um tempo em Goiás em que artistas "novos" e de estilos variados. Tínhamos espaço na TV (...) e assim era fácil o público reconhecer cada artista. Hoje a não ser os "grandes" quando se ouve uma música ninguém sabe quem é ou viu mais gordo ou mais magro. É triste para um "Estado Talentoso".
                  Este registo aqui é o GO RocK! Os bandeirantes do Pop-Rock de Goiás Marco Antonini (eu) e Nila Branco, sim, nós dois somos os primeiros e demos a luz à Casa Bizantina (...) Vicios da Era, Guetsu, Laia Vunge. Foi um movimento (...) que fez surgir várias bandas e artistas, com a extinção do (...) apoio de rádios que nos "adoravam enquanto erámos de utilidade a eles pra fazermos shows de graça" e depois nos ignoraram por total, muitos bandas e artistas não resistiram e ficaram pelo meio do caminho ou mudaram de estilo. 
                 Estamos vivos ainda."
                  Na época havia o programa Radar na TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo (e é um teaser desse programa que você acompanhou um pouco acima), a Rádio Interativa (na época sob a regência de Anselmo Trancoso, um grande incentivador da música pop goiana, com sua saida em 2008 a música goiana perdeu espaço de vez na rádio) e o programa Gyn Teen, ainda em atividade na TV Cultura local (porém com outros focos, atualmente), e eles foram fundamentais para a divulgação, mas quando eles se voltaram para outros rumos, pode-se dizer que o rock goiano foi se definhando a partir de então.


Música: Eu Quero Ver Flores

Interpretação: Anderson Richards (Mr.Gyn), Thiago Guerra (Atma), Dante (Guetsu), Fabiano Olinto (Casa Bizantina), André Mols (The Not Yet), Smooth (Vícios da Era), 

 Marco Antonini e Valéria Costa


                   Aqui acima temos um musical que coloca juntos os maiores representantes da música pop da época, mostrando o quanto a música goiana teve e tem bom gosto, portanto, o que falta não é qualidade, mas divulgação. O rock goiano começou a mostrar força em 1997, viveu seu auge entre 2000, 2001, e com a mídia local se voltando para a banalização da música popular, perdeu sua força e agora o rock de Goiás vive fases meio imprecisas, sobre as quais falaremos nese blog, para isso estamos aqui, então respire fundo, e vamos mergulhar nessa história tão rica, você vai descobrir porque ela vale mesmo a pena. E viva o Rock in Gyn!





quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Música Atual - Qual é o Problema?


                            "Gatinha assanhada, cê tá querendo o quê? ... Tô curtindo parado, vendo ele mexer / E tá perdendo a linha, descendo na balada / Com dedinho na boca, ela  pirada", ou "Na 4 x 4 a gente zoa / Com whisky energético, quanta mulher boa / O bagulh tá sério, / Vai rolar um adultério", ou talvez "Vai, dá tapinha na bundinha / Vai, que eu sua cachorrinha / Vai, que eu tô muito assanhada...". É extremamente difícil observar como crianças crescem ouvindo versos como esses e não se sentir constrangido ao ouví-las cantando. Ou deveria ser constrangedor, parece que não é mais. 
               Assim como uma mulher ouvir versos de músicas chamando-as de cachorrasloucas, ou taradas deveria soar ofensivo aos seus ouvidos mas, ao invés disso, elas cantam junto, gritam, dançam de acordo com o que suas coreografias pedem, vão na baladas para beber beijar na boca, porque nessas músicas é consenso que elas tem que extravasar, só pode estar sóbrio quem for dirigir o carro para levar a galera de volta para suas casas ou para algum motel nas cidades, uma pessoa sóbria dificilmente vai fazer essas loucuras, então todos cantam que vão encher a cara.
              Parece consenso também que música boa ou é aquela que repete muitos versos, porque quanto mais se repetir, mais os ouvidos se acostumam, mais são replicadas nas reunioes de família, mais se popularizam. Há aquelas músicas que não precisam se repetir tanto, em poucos segundos elas grudam em nossas mentes e, se permirtirmos, elas conduzem nossos pensamentos para onde quiserem, não se preocupe, no começo a consciencia incomoda mas logo você se acostuma, depois acham normal, depois vai aumentar o som para mais gente ouvir também. E não vamos esquecer as canções que simplesmente são divulgadas atualmente nas novelas, rádios e redes sociais, e, bem... como todo mundo ouve, precisamos ouvir também. E há até um novo nicho brotando, que são estilos musicais que até pouco tempo falavam de diferenças sociais, entender o que acontece no mundo, valorizar as pessoas e agora só falam do que as populares dizem hoje: beba, se divirta, faça sexo sem compromisso, não dê tanto valor à sua família, ouça mais músicas te levam a esse círculo vicioso...
               É interessante que, mesmo sendo estilos tão variados, a maior parte das canções falam das mesmas coisas: o  importante na vida é ter dinheiro, você andar com carros entupidos de equipamento de som, fazer o máximo de barulho o possível, sair com um grande grupo de amigos, frequentar as maiores baladas, tomar bastante cerveja, whisky, amanhecer na rua fazendo tudo o que seu corpo pedir, deixar a vida te levar porque ela é muito curta para você desperdiçá-la seguindo regras... a impressão que se tem é que a vida é uma grande festa sem ter hora para acabar e que, ainda assim, cada um dos cantores é a estrela principal de quem todo mundo tem inveja, e os invejosos não perturbam a eles porque eles tem amigos de verdade são endinheirados e superiores a essas pessoas que só querem seu mal, e eles podem ostentar dinheiro para todo mundo, a impressão que se tem é Deus os abençoa de tal forma que eles nem precisam trabalhar para estarem sempre cheios da grana.
               Virou moda os cantores esfregarem na cara das pessoas que antes da fama eles já ralaram muito na vida e por isso tem todo o direito de sair roubando todas as atenções, vivendo intensamente, como se não houvesse o amanhã, e o interessante é que eles são respeitados por seus fãs e até endeusados, que o diga seus grandes fãs clubes virtuais, seguidores em redes sociais, platéias cativas em seus shows, esses artistas são desejados sexualmente,  podem tudo no mundo e ainda por cima estão sempre declarando que confiam e acreditam em Deus, puxa, Deus deve mesmo ser um grande fã deles.
               A maioria deles brota durantes as luzes piscantes e frenéticas das grandes festas e são esquecidos nos primeiros raios da manhã, em meio ao lixo deixado pelos foliões da música hodierna, mas não importa, fizeram sua parte, divulgaram mais um pouco dessa "Filosofia Vida Loka", e outros vão substitui-los logo, e a festa vai continuar com o mesmo enredo, apenas outros personagens e com letras ainda mais ousadas e ainda mais massificadas, para que as crianças cresçam multiplicando tal filosofia e os adultos fiquem cada vez mais anestesiados e deixem rolar, porque afinal, os tempos são outros e as pessoas merecem ser cada dia mais livres.
               

domingo, 15 de setembro de 2013

Black Drawing Chalks

Black Drawing Chalks, Pulsação Alucinante de Origem Goiana



                 Eu sei, eu sei, a banda não faz um som pop rock, ainda assim, vale a pena abrir uma excessão porque, vamos falar sério, são sem dúvida a grande novidade a nível nacional que nós temos no momento e os caras merecem mesmo nosso respeito.





O nome da banda significa "carvões pretos para desenhar", a criatividade com o nome é apenas um espelho de como esses caras conseguem conduzir a própria carreira. A formação oficial do conjunto é Victor Rocha, guitarra e vocal, Edimar Filho na guitarra, Denis Dec, baixo, e Douglas Talentoso (!) na bateria.





                 A banda é goiana mas suas canções são ouvidas em inglês, o primeiro álbum da banda foi lançado em 2007, um começo arrasador, para mostrar a que veio, a banda logo era convidada a tocar em todo o país, no mesmo ano já tocavam junto com grandes nomes como Nashville Pussy, The Datsuns, MotörheadEagles Of Death Metal e Black Label Society. Em 2009 o grupo lança seu segundo álbum, conquistou três indicações ao Video Music Brazil 2009 e seu single "My Favorite Way" foi eleita pela Rolling Stone Brasil, uma das revistas mais respeitadas no mundo no quesito Rock in Roll, a melhor música brasileira do ano.





                 A banda, acredite, está apenas em seu começo, seus clips são tocados na MTV e a banda ganha fãs pelo mundo todo, com suas canções tocadas nas melhores rádios do mundo, é um padrão internacional, iniciado aqui, pelos campus da UFG em 2005, descobertos pela Monstro Discos e que, não duvide, tem muita história ainda pela frente.

Guetsu



               A palavra Guetsu não se refere a um trocadilho com a palavra "gueto", como alguns crêem, ela é de origem japonesa, uma série de trocadilhos que mais ou menos significam "Lua", o nome já retrata bem o estilo despojado da banda, que investe em poesia em suas letras. Pode-se resumir a banda em canções simples com letras bem diretas e mesmo assim, de um modo suave.






               Reunir informações sobre a banda até o momento é bastante complicado, o que se pode dizer é que a banda já encerrou suas atividades. Sua formação principal era com os vocais de Dante (considerado o dono de uma das mais belaz vozes do pop goiano) e Cris Sprung (a Cris deixou o grupo um tempo antes da banda cessar suas atividades), Front Jr. na guitarra, Frederic Praxedes nos teclados, Rodrigo Rey no contrabaixo e Rogério Paffa na bateria.
               





               Por sorte, dá para encontrar um bom material sobre eles em forma de clips e mp3, muito pouco mesmo assim, também não é difícil encontrar um link (www.guetsu.com.br) para o site da banda, mas o site já foi desativado. A banda tinha talento, mensagem e habilidade instrumental para não deixar dúvida de seu valor, mas infelizmente figura como mais um exemplo de como a falta de apoio da mídia tradicional vem matando seus maiores talentos...